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ARTIGO: Bom xibom, xibombombom

Com o título deste artigo e excerto da letra da música de nome homônima, composta e cantada há mais de 23 anos por um conjunto de garotas baianas denominado “AS MENINAS”, retomo o tema da desigualdade social brasileira na expectativa e na convicção de que não podemos esquecer que este é o mais relevante e grave problema social de nação brasileira.


Sim, a nenhum de nós poderia ser permitido esquecer, em nenhum momento, esta “cadeia hereditária” - que foi acelerada durante a pandemia da Covid-19 - que gera e aumenta a desigualdade de maneira acentuada, ou seja, rico cada vez mais rico e pobre cada vez mais pobre. Como no refrão da música “o de cima sobe e o de baixo desce”. Excerto da letra, cantada em ritmo axé:


“Analisando esta cadeia hereditária/Quero me livrar dessa situação precária/Onde o rico cada vez mais rico/E o pobre cada vez mais pobre/Mas eu só quero educar meus filhos/Tornar um cidadão com muita dignidade/Eu quero viver bem/Quero me alimentar/Com a grana que ganho não dá nem prá melar...”


Evidente que o sonho de qualquer pai ou mãe é ver seus filhos vivendo em melhores condições do que as deles próprios. Como, porém, torná-los melhores se não têm meios para fazê-lo?


Na tal cadeia hereditária, os filhos de ricos estudam nas melhores escolas, estão sempre bem-informados e conectados com a realidade mundial, aprendem línguas, usam a influência política para conseguir os melhores cargos, empregos públicos, enfim, não passam por dificuldades na vida.


Os filhos de pobres, por sua vez, não têm nenhuma chance ou igualdade de condições, penam em escolas ruins - quando conseguem vagas -, enfrentam professores mal preparados, mal remunerados e desmotivados, não dispõem de alimentação adequada e não têm apoio de ninguém. Enfim, não carregam, em si, nenhum DNA que lhe favorecerá no futuro. Triste sina!


Resultado de tudo isto é que a UNICEF-Fundo das Nações Unidas Para a Infância acaba de divulgar estudos em que mais de 63 por cento da população brasileira de meninos e meninas de até 17 anos viveram na pobreza durante a pandemia, em 2019 - 2021, e com certeza nos dias de hoje, ou 32 milhões de pessoas.

Neste mesmo tempo, 4,3 milhões de crianças e adolescentes estavam fora da escola, apresentando atraso escolar ou alfabetização incompleta após 7 anos. Neste contexto, qual o futuro desta enorme nação deixada à própria sorte por nossos poderes públicos? Claro que não se pode esperar muita coisa boa. Lamentável! Evidente que aí está a maior fábrica de desigualdade brasileira, por essência, ou por nascença. A pessoa nasce na pobreza e é condenada, por antecipação, à pobreza por toda sua existência.


É obrigação de cada um de nós, brasileiros, manifestar nossa solidariedade e inconformidade. Sem educação de qualidade com igualdade de oportunidade para todos não teremos chance de melhoras no futuro. Ao estado brasileiro cabe essa missão. Como não mostra motivação para eliminar este atraso brasileiro na formação dos nossos jovens, um futuro pior nos aguarda: um estado onde poucos trabalharão, por estarem preparados e serão os novos ricos e, de outro lado, uma grande maioria da população desempregada, cada vez mais dependentes nas várias opções de seguro social da nação. Até quando?


Lógico que a situação não será eternamente sustentável. Por isso, está correto o Governo Federal atual, ao exigir a criança na escola para ter o direito de receber a mesada mensal: Salário Família e outros. Merece aplausos. Mas é pouco e já foi feito no passado com resultados não satisfatórios. É necessário evoluir, seguir em frente, envolver toda a nação num mesmo projeto o que exigirá liderança forte e determinada.


Porém, pelo atraso institucional, podemos e devemos insistir. Que tal contribuir para tornar sucesso novamente a música título deste artigo? Trata-se de uma letra leve, porém contemplativa, música animada e boa de ouvir. Fica o convite!

(Moacir Melo)

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