Artigo - Chile envia recado: Não ao paternalismo exacerbado

Não restam dúvidas que o capitalismo com liberalismo econômico e social contribuiu, sobremaneira, para distanciar os ricos, que ficam cada vez mais ricos, dos pobres, cada vez mais pobres, principalmente nos tempos da pandemia causada pela COVID-19. A experiência mundo afora nos mostrou que esses fatos, por si só, têm inviabilizado o capitalismo liberal - ou ultraliberal - como o melhor modelo econômico para uma nação por mais desenvolvida que seja. Culpa também dos políticos de direita, cujos discursos nem sempre são sensíveis ao sentimento humano e isto não agrada a grande massa cujo interesse é o discurso da barriga cheia, o futebol na tv com uma cervejinha, não importa de onde venha.
Na onda esquerdista que ousa tomar conta, novamente, da América Latina, a nação chilena, embora tenha o sangue de direita, com certeza já um pouco exausta do ultra liberalismo praticado por líderes de direita desde a ditadura de Augusto Pinochet, dos anos, Século XX até os dias atuais elegeu, em dezembro/2021, um Presidente de esquerda (GABRIEL BORIC) e assustou e mandou recado para os demais países latino-americanos. Já empossado presidente, BORIC, no entusiasmo da vitória, de imediato propôs uma nova Constituição para o país, de carácter exacerbadamente socialista, com quase 50 mil palavras, detalhista em demasia, onde escreveu a palavra “Direitos” 422 vezes, por demais cidadã, esdrúxula e paternalista.
Convocada à votação da proposta presidencial, mais de noventa e nove por cento da população CHILENA foi às urnas e disse NÃO! Não queremos isto! Não queremos socialismo! Sim, o povo chileno tem tradição histórica de um povo guerreiro, trabalhador, de liberalismo econômico e social, fato que levou o país à condição de ser o mais desenvolvido da América do Sul, com o maior PIB per capita, melhor IDH, melhor educação, menor taxa de pobreza, entre outros indicadores de elite, fatores que levaram o país a ser convidado a fazer parte de um grupo de elite das américas, o acordo entre Estados Unidos, Canadá e México para criação de uma zona de livre-comércio de bens e serviços – NAFTA, e isto, com certeza, deixou muitos políticos de esquerda e direita das américas com ciúmes.
Pois bem, por que então um país desenvolvido como o CHILE, elegeu um presidente declaradamente de esquerda em dezembro de 2021, se a nação tem no sangue a tradição liberal, de direita? Evidente que a pandemia da COVID-19, deixou muita gente descontente mundo afora e não fora diferente naquele país. A tentação com a sensação de que tudo poderia ser melhor, com o foco da esquerda que sempre quer mais do estado através de um paternalismo sem fim, foi a causa, com certeza; a omissão na eleição dos conservadores naquela eleição para presidente do país, contribuiu sobremaneira.
Acredito, porém, que o recado CHILENO ao dizer NÃO às mudanças constitucionais socialistas propostas por seu presidente esquerdista, manda um recado para as Américas, bem como para o mundo da Inteligência Artificial que distanciou, ainda mais ricos e pobres mundo afora, de que o ultra liberalismo não será suficiente para atender os povos, doravante. O fracassado socialismo também não. Acabou em 1989, sem chances de retornar e ter sucesso. Na verdade, os dois modelos estão exauridos e perdidos. Acredito e defendo que um modelo híbrido de carácter LIBERAL/HUMANITÁRIO, tendo o estado como indutor e até tutor de pessoas, eternamente, será a tônica da vez. O estado terá que ser, enfim, o moderador. Quem viver verá!
Parabéns, povo Chileno. Vocês fazem a diferença na América Latina, por merecimento.
(Moacir Melo)