JBS é a aposta do BofA entre os frigoríficos em 2022: Seria a volta do progresso à Vila Fabril?

Fotografia aérea da Vila Fabril, Anápolis, Goiás, 1950
O ano de 2021 foi misto para os frigoríficos brasileiros, avalia o Bank of America em seu último relatório revisando recomendações de compra. Enquanto as empresas expostas ao mercado norte-americano - como JBS e Marfrig - tiveram lucro recorde, as mais focadas no mercado brasileiro - BRF e Minerva - passaram por outros desafios. O BofA acredita que para 2022 os ciclos nos EUA devem se tornar mais negativos, após um 2021 muito forte.
A volta do crescimento do faturamento do JBS aponta para uma possível reativação do seu frigorífico em Anápolis, fechado e abandonado há anos. Moradores da Vila Fabril, onde situam-se suas instalações, notaram alguma movimentação interna e também apostam na volta ao funcionamento do antigo Frigorífico Goiás, depois Frigorífico Bordon e, no final dos anos de seu funcionamento, Frigorífico Swift.
“Um pedacinho de outrora...”: Memória de trabalhadores da Vila Fabril em Anápolis, Goiás
(1950 – 1970), estudo assinado por Genilda D’arc Bernardes (UnB); Giovana Galvão Tavares (UNICAMP); Júlia Bueno de Morais Silva (UnB); Sandro Dutra e Silva (UnB), foca as experiências das vilas fabris no Brasil, e a reconstrução da história da Vila Fabril de Anápolis/Goiás, nas décadas de 1950 a 1970, cuja história inicia-se com a instalação ali do Frigorífico Goiás, receptora das fábricas de cerâmicas e olarias, e abastecimento de carne (charque), que nos anos de 1950 e 1960 atendiam às necessidades de construção civil em Goiânia e Distrito Federal. Destaca-se que foi na década 1930 que iniciou-se a instalação das olarias próximas a cidade devido à riqueza do solo em argila que constituem a base para industrialização de telhas e tijolos de barro. Depois de abordar aspectos detalhados da Vila Fabril, entre 1950 e 1970, o estudo revela que a partir dos anos de 1970 iniciou o processo de fechamento de várias indústrias, olarias, cerâmicas, e do frigorífico. Para historiadores da cidade de Anápolis, as fabricas ali localizadas perderam sua função econômica, pois a consolidação das cidades de Goiânia e Brasília como cidades polos do Estado, ao concentrarem em sua rede urbana não apenas indústrias voltadas para a área de revestimento e bacias para banheiros, mas também lojas âncoras voltadas para essa modalidade de comércio, interferiram negativamente no espaço industrial da Vila Fabril. Além disso, o Distrito Agroindustrial de Anápolis já era uma realidade e, evidentemente, proporcionou, para alguns dos operários, oportunidades de emprego, visto deterem mão-de-obra especializada. Confira todos os detalhes deste valioso estudo no endereço:
https://revistas.ufg.br/fcs/article/view/42428/21352