
A Associação dos Amigos do Parque Ambiental JK alerta para um risco ambiental sem precedentes: o lago que há décadas é o cartão-postal do parque — e uma das maiores áreas naturais de lazer da cidade — está ameaçado de desaparecer devido ao assoreamento acelerado das nascentes do Córrego Água Fria.
Segundo denúncias, parte dessas nascentes está aterrada por entulho de obras realizadas no entorno do parque, e outras estão em processo de sepultamento progressivo.
Criado na gestão do ex-prefeito Adhemar Santillo, em substituição ao antigo Jundiaí Praia Clube, o Parque JK se consolidou como um dos principais espaços públicos de convivência e recreação de Anápolis. Durante décadas, o lago foi palco de natação, passeios de barco, esqui aquático e eventos culturais, atraindo moradores da cidade e visitantes de municípios vizinhos.
Hoje, porém, o cenário é de preocupação. A degradação do local levanta temores de que o Parque JK siga o mesmo destino do Parque da Juventude Onofre Quinan, que corre o risco iminente de perder completamente seu lago após anos de assoreamento e ausência de intervenções estruturante e eficazes.
Emergência ambiental
Entre os ambientalistas que clamam por providências urgentes para salvar o Parque JK está Alessandro Mendes Pedroso, presidente da Associação dos Amigos do Parque JK e proprietário de um dos quiosques da orla. Ele afirma que o parque vive uma “situação de emergência ambiental”, com erosões avançando em áreas críticas e atingindo inclusive a região conhecida como nascentes-mãe do Córrego Água Fria — responsáveis pela manutenção do lago.
Segundo ele, além do risco ambiental, há risco social: erosões na área verde vizinha já colocam em perigo residências de moradores do setor. Alessandro critica ainda a falta de fiscalização e a ausência de medidas de proteção às nascentes, apesar das reiteradas denúncias apresentadas à Prefeitura e a órgãos estaduais.
“Estamos diante de um colapso anunciado. Se nada for feito, o lago pode desaparecer completamente. As nascentes estão sendo soterradas e o assoreamento avança a cada chuva forte. Não podemos aceitar que uma riqueza ambiental dessa magnitude seja destruída diante dos nossos olhos”, afirma Alessandro.
ANTT
No dia 30 de outubro, Alessandro levou o problema à Reunião Participativa da ANTT, realizada para discutir o atendimento e as obras das concessionárias responsáveis pela BR-414, BR-153 e GO-060. A reunião contou com a participação de prefeitos, vereadores, secretários municipais e técnicos.
Apesar de diversas autoridades abordarem congestionamentos e acidentes nas rodovias, ninguém mencionou o impacto ambiental gerado pelos sistemas de drenagem da GO-060, BR-153 e da própria região da Avenida JK sobre o Parque Ambiental JK.
Diante disso, Alessandro se inscreveu e falou em nome da Associação dos Amigos do Parque, solicitando:
• Revisão dos projetos de drenagem da GO-060, BR-153 (Viaduto Miguel Braga) e Av. JK;
• Ações imediatas para conter danos ambientais e evitar o soterramento das nascentes;
• Recursos de emenda parlamentar ao deputado federal Rubens Otoni, destinados à preservação da Área Verde onde se concentram as principais nascentes do Córrego Água Fria.
Impacto da drenagem urbana e rodoviária no assoreamento
Especialistas consultados pela associação apontam que o intenso volume de águas pluviais proveniente de obras viárias tem contribuído significativamente para o avanço de erosões e para o deslocamento de grande quantidade de sedimentos para dentro do parque.
Sem execução adequada de obras de contenção, bacias de dissipação e barreiras de sedimentos, o efeito cumulativo é devastador:
– soterramento das nascentes;
– redução do volume de água que abastece o lago;
– intensificação do assoreamento;
– perda progressiva de profundidade;
– risco de extinção do lago em médio prazo.
Associação cobra ação imediata e transparência do poder público
A Associação dos Amigos do Parque JK solicita:
Fiscalização rigorosa nas obras públicas e privadas do entorno;
Plano emergencial de recuperação das nascentes;
Projeto de revitalização do lago, com dragagem ambientalmente segura;
Calendário público de ações e reuniões técnicas;
Criação de um comitê local de proteção das nascentes.
“O Parque JK é patrimônio ambiental de Anápolis. Preservá-lo é um dever coletivo. Estamos fazendo nossa parte e esperamos que as autoridades façam a delas”, reforça Alessandro.
VEJA VÍDEO DA AÇÃO DAS CHUVAS SOBRE O PARQUE GRAVADO NESTE FIM DE SEMANA POR ALESSANDRO PEDROSO:



