Ao mestre, herói que merece

todo apreço, todo amor,

como se fosse uma Prece

de Gratidão, de Louvor,

pelo seu Valor sem preço,

este ABC ofereço

no “Dia do Professor”.

 

Batalhador da Batalha

sublime, da Educação,

dia e noite, ele trabalha,

a semear a Instrução.

Guiando as mentes, na Escola,

É, o Mestre, grande mola

da grandeza da Nação!

 

Catedrático ou, apenas

o professor do Mobral,

desde as escolas pequenas,

pobres, do meio rural,

o mestre-escola campestre,

todos, no “Dia do Mestre”,

merecem o Louvor geral.

 

Docente começa em doce…

E o mestre colhe amargura,

às vezes! Que bom, se fosse,

o magistério, doçura!

Que triste ver, o docente,

ao fim da vida, doente,

ao léu da sorte insegura!…

 

Educador! De teus lábios

brota a Luz, a Força, que é

semeadora de sábios,

promovedora de Fé!

A bênção de cada aula

é chave, que prende, enjaula

todo Atraso e “marcha-a-ré”!

 

Flor de ternura, na Infância,

a nossa professorinha

vai perfumando a distância,

por onde a gente caminha!

Deus te abençoe, boa mestra!

Dos Anjos, a Infinda Orquestra,

te cante glórias, Rainha!

 

Grupo escolar! Que saudade

dos bons tempos de Menino!

Aquela felicidade…

passeios… recreio… o hino…

Festas cívicas, na escola…

O exame… o jogo de bola…

As almas bebendo o ensino…

 

Heroína e companheira

de nossa quadra infantil,

a professora é a primeira

amiga… boa… gentil…

e, às vezes, a “namorada”,

doce ilusão encantada

do despertar juvenil…

 

Instruindo-nos, na vida,

a mestra, assim, nos prepara

para essa luta renhida

com que a gente se depara

no mundo… e, quando se cresce,

quase sempre, a gente esquece

aquela amiga tão cara!

 

Jovem, respeita o teu lente,

esse amigo, o professor,

que ilumina tua mente

com os frutos do seu Labor!

Que ele se sinta estimado

pelo seu trabalho honrado

de mestre, de educador!

 

Lá vai passando o velhinho

de cabeça alva de neve,

que nos guiou no Caminho

do Saber… Ninguém descreve

o valor desse ancião

e o preito de Gratidão,

que toda a Pátria lhe deve!

 

Mestre! Benfeitor do povo!

Sacerdote da Cultura!

Soldado da Luz, que eu louvo,

cada instante, em toda altura!

Teu sagrado magistério

é divino ministério,

sol, que, na noite, fulgura!

 

No dia 15 de Outubro

teu Dia se comemora.

E eu, contristado, descubro

que, “o teu Dia”, é toda hora,

mas… te festejam num dia,

depois… (tremenda ironia!)

és… “jornal jogado fora!”…

 

Ó cicerone bendito

das viagens da Existência,

que abres, na Terra, o Infinito

roteiro da Inteligência!

Deus abençoe os teus passos

e te guarde, nos Seus Braços,

com a Sua Onipotência!

 

Professor, a tua sina

é, a Instrução, semear,

nessa tarefa divina

de, aos homens, aproximar

pelas sendas do Saber:

os outros, devem colher,

a ti, só cabe plantar!…

 

Que seja, cada Estudante,

um discípulo fiel

de seu mestre, a cada instante.

E o mestre, no seu papel,

encontre, por lenitivo,

o Amor, supremo incentivo

diante da “taça de fel”…

 

Retribua, todo aluno,

do mestre, a dedicação.

O deputado, o tribuno,

o escritor de projeção,

tiveram, todos, no início,

o mestre e seu sacrifício,

como um pai, lhes dando a mão!

 

Salve a mestra, a Professora!

Salve o mestre, o Professor!

Que se dê, à Educadora,

e se dê, ao Educador

a devida recompensa,

pagando a Dívida imensa

de que o Povo é devedor!

 

Tanto esforço, tanta luta

pela coletividade!

Do mestre, a vida, é labuta,

é ideal, tenacidade

no plantio da Grandeza:

seu prêmio, honesta pobreza,

por servir à sociedade!…

 

Um mestre estuda, pesquisa,

consulta, anota, no afã

do preparo, que precisa

para a lição de amanhã…

E, às vezes, na aula, na escola,

aluno nem lhe “dá bola”,

se, da bagunça, é mais fã…

 

Viva o mestre! Viva o lente

que abre na mente os clarões

do Saber, que aclaram a mente

e elevam nossos padrões

para um mundo mais perfeito!

Aos mestres, todo o respeito

dos humanos corações!

 

Xis da Equação, do Problema

da vida  do Professor,

que vem sendo eterno tema

desse heróico Lutador,

é, no ginásio ou primário,

o valor do seu salário,

muito aquém do seu valor!…

 

Zero é nota que merece

quem, do mestre, fala mal,

quem o professor esquece,

no contexto social!

Aos mestres, neste seu Dia,

todo Amor, toda a Poesia

no Louvor Nacional!…

 

 

Anápolis, 12-10-1977