A indústria da reciclagem no Brasil e em Goiás demonstra potencial de crescimento, embora enfrente desafios estruturais, como a falta de incentivo governamental.
Em Anápolis, um empresário local, Manoel Messias Moreira, da Reciclagem Sant’Anna, compartilha sua experiência e visão sobre o ramo, destacando a nobreza e o futuro promissor do setor.

Materiais mais vendidos
Manoel Messias Moreira e sua esposa, Selma de Souza Moreira, cuja empresa está localizada na Avenida Professor Benvindo Machado, na Zona Oeste de Anápolis, iniciaram suas atividades no ramo em 2021, após ele retornar de uma experiência de cinco anos e meio nos Estados Unidos, onde trabalhou com mecânica automotiva. Inicialmente, ele montou uma ferragista, mas logo percebeu a necessidade de adaptação: “Eu comprei uma ferragista e não fui muito bem, por isso, passei para o ramo mais conhecido como ferro velho, material reciclável”.
A reciclagem na cidade, que conta com a atuação de diversas empresas no segmento, lida majoritariamente com materiais que oferecem uma melhor margem de lucro e mercado. Segundo o empresário, os principais tipos de materiais recicláveis trabalhados em sua loja atualmente são: Ferro, Metal, Alumínio, Cobre e Sucata em geral.
Manoel Messias relata, no entanto, a dificuldade com outros materiais:
“Papel não, parei com papel, parei com PET, porque não estava dando dinheiro”. O vidro é outro material que enfrenta um sério obstáculo: “Não tem quem compra. Não tem uma pessoa que paga um preço que vale a pena”. Essa falta de valorização no mercado local faz com que muitos, inclusive o empresário, parem de trabalhar com esses itens.
Apesar das dificuldades, a visão de futuro é positiva. “A margem é boa. E para futuro é um futuro promissor”, afirma Manoel, que está “acreditando” no negócio. Ele destaca que a maior vantagem da reciclagem é a limpeza da cidade e a possibilidade de reusar tudo de novo. Além disso, ele enfatiza a importância social e ambiental da atividade:
“O reciclável é nobre, né? É nobre. Limpa a cidade e limpa o meio ambiente. O planeta agradece, né?”
Falta incentivo
O empresário, que hoje busca o sucesso do seu empreendimento, aconselha jovens a investir no setor, apesar de ressaltar a necessidade de apoio. Para ele, o setor está “mais ou menos”, mas “não pode se dizer que está 100% não. Falta muito incentivo do governo”.



