
Sim, embora já cantado e musicado em verso e prosa por vários poetas da vida, de maneiras várias e raras, recorro-me ao direito de, da mesma forma e com emoção, juntar-me a muitos que colocaram como exigência pessoal, poetizando, o pedido singelo:
QUERO FLORES EM VIDA.
Alguns pedintes:
Nelson Cavaquinho no poema musicado intitulado “Quando Eu Me Chamar Saudade, atesta:
“Não preciso de vaidade, quero preces e nada mais; por isto me dê flores em vida, o carinho, a mão amiga, para aliviar meus ais”.
Muito lindo e chamativo! Nada mais bonito, porém, do que o poema de autoria de Alberto Araújo e outros, “Flores em Vida” que se tornou musica na voz da dupla goiana Zezé de Camargo e Luciano.
Minha percepção é que há músicas que nascem apenas para entreter e há aquelas raras que vêm ao mundo para ensinar. ‘Flores em Vida’ pertence a essa segunda categoria: uma canção que ultrapassa o palco, o rádio e as plataformas digitais para tocar o coração humano em sua essência mais pura. E talvez aí resida a força da poesia que se tornou a canção que não fala de morte, mas de vida plena, sentida e partilhada.
Ensina que as flores mais perfumadas não são as que adornam o adeus, mas as que celebram o agora, o instante presente em que podemos dizer “eu te amo,” “obrigado”, “você é importante pra mim”.
Isto impõe, portanto, oferecer flores em vida, afinal o perfume não adianta depois que eu for. Este é o chamado. Um verso que, embora simples, contém uma verdade profunda e quase bíblica. Fala da urgência do amor, do reconhecimento, da ternura e da gratidão antes que o tempo, implacável, leve consigo as chances que não voltam. Um convite ao povo simples e ao homem moderno, igualmente distraídos, a repensar seus gestos vida afora.
Em síntese: em tempos em que o mundo se torna frio e apressado, ‘Flores em Vida’ nos recorda que a eternidade está nos gestos simples e que o tempo é curto demais para o orgulho e longo demais para o arrependimento. Porque, no final das contas, o amor não morre; apenas adormece quando esquecemos de regá-lo. Simples assim!
Portanto, sugiro que ao ouvirmos a música e nos deliciarmos com os versos tocantes dessa obra poética musicada, devêssemos fazer o que ela pede: olhar ao redor, reconhecer quem caminha conosco e oferecer nossas flores enquanto há primavera.
Sim, a letra e música é uma espécie de oração laica, um lembrete de que o ser humano tem a estranha mania de adiar o afeto e, como tradição, fazer homenagens póstumas, com elogios tardios, por lágrimas que chegam quando já não há olhos para vê-las.
‘Flores em Vida’, portanto, surge como um grito suave, pedindo que o amor não seja um ato memorial, mas uma prática cotidiana.
Nessa ótica, ‘Flores em Vida’ (o poema e a música) nos recorda que a eternidade está nos gestos simples, no coração aberto e na bondade. E é com este conceito e visão que convido os convido a ouvirem a música, preferencialmente na voz de Zezé de Camargo e Luciano, porquanto colocaram muito sentimento em sua interpretação e, gostando dos versos tocantes do poema, como ato de amor à vida, mudemos de hábitos e façamos o que ele pede:
Perceber a sabedoria do amor antes que o tempo se vá, sabendo que hora é agora! O que acha? De minha parte, digo: Sim, sim, sim! TAMBÉM QUERO FLORES EM VIDA!
VEJA, SINTA E CURTA A MÚSICA:



