Circula nos meios de comunicação e nas redes sociais a notícia relacionada a uma possível greve geral no Brasil mas, até o momento, o que se pode apurar diz respeito aos caminhoneiros e aos portuários do Porto de Santos.
O deputado federal Zé Trovão (PL-SC) anunciou, por meio de suas redes sociais no domingo, 20 de julho de 2025, que está sendo pressionado por caminhoneiros para articular uma possível paralisação. Ele confirmou a realização de uma reunião em Brasília na segunda-feira, 21 de julho de 2025, com lideranças dos caminhoneiros, parlamentares de oposição e representantes do agronegócio para discutir a possibilidade de uma greve. Zé Trovão declarou: “Irei me reunir com os pontas de lança nesta segunda-feira em Brasília. Se todos entenderem que é o momento de uma paralisação, eu estarei na pista junto com eles”.
A movimentação está ligada à insatisfação com uma operação recente da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que teria sido um estopim para as tensões entre a categoria e grupos de direita. Além disso, Zé Trovão mencionou preocupações sobre possíveis atritos entre Brasil e Estados Unidos, relacionados a investigações envolvendo plataformas estrangeiras.
Paralisação dos caminhoneiros
A proposta de paralisação não é unânime entre os caminhoneiros. O presidente da Cooperativa dos Caminhoneiros Autônomos do Porto de Santos (CCAPS) afirmou que a categoria não pretende aderir à greve, a menos que o governo federal descumpra acordos firmados em outubro de 2024. Por outro lado, o presidente da Associação Catarinense dos Transportadores Rodoviários de Cargas (ACTRC) sugeriu que, caso a paralisação seja deflagrada, a adesão pode ser significativa. Isso indica uma divisão de opiniões dentro da categoria, com alguns setores mais alinhados ao movimento político e outros priorizando acordos.
Sentimento nas redes
Postagens no X refletem o debate, com algumas sugerindo forte mobilização, incluindo apoio do agronegócio, enquanto outras questionam a viabilidade, especialmente considerando os impactos econômicos de uma paralisação.
Paralisação dos portuários do Porto de Santos
Não há evidências concretas nas fontes disponíveis que confirmem a adesão dos portuários do Porto de Santos a uma paralisação em conjunto com os caminhoneiros no contexto atual (julho de 2025). A informação sobre os portuários parece ser uma especulação ou rumor, possivelmente confundida com paralisações anteriores, como as de 2021, quando caminhoneiros autônomos do Porto de Santos protestaram por demandas específicas, como vacinação contra Covid-19 ou questões relacionadas a combustíveis e fretes. A menção à CCAPS, que representa caminhoneiros e não portuários, reforça que a narrativa sobre os portuários pode ser imprecisa.
Em 2021, os caminhoneiros autônomos do Porto de Santos realizaram paralisações, mas essas ações foram específicas e não necessariamente envolveram os trabalhadores portuários (como estivadores ou operadores portuários). A Santos Port Authority (SPA) e outras entidades, como o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), reportaram que o fluxo de operações no porto permaneceu normal em momentos de protestos passados. Portanto, qualquer afirmação sobre paralisação dos portuários em 2025 precisa de fontes mais específicas para ser validada.
Uma postagem no X menciona que Bolsonaro e Zé Trovão estariam articulando uma paralisação para 3 de agosto de 2025, com apoio de sindicatos de caminhoneiros e trabalhadores do agronegócio. No entanto, essa informação não é corroborada por fontes oficiais ou por outras postagens verificáveis, devendo ser tratada como inconclusiva.
Há questionamentos sobre a adesão do setor do agronegócio, especialmente devido às preocupações com o impacto econômico de uma paralisação, considerando as tensões comerciais com os Estados Unidos (mencionadas como “tarifaço de Trump”).
