
A SpaceX alcançou mais um marco em sua ambiciosa jornada para revolucionar as viagens espaciais com o lançamento bem-sucedido do voo de teste número 11 do Starship, o maior e mais poderoso foguete já construído.
O lançamento ocorreu às 19h15 (horário do leste dos EUA, 21h15 no horário de Brasília) a partir da base de Starbase, no sul do Texas, marcando um passo significativo rumo à reutilização total do sistema e à realização de missões tripuladas à Lua e Marte.

Um lançamento impecável
O Starship, composto pelo booster Super Heavy e pela etapa superior conhecida como Ship, decolou sob condições climáticas favoráveis, com milhares de espectadores acompanhando o evento ao vivo, tanto presencialmente quanto por transmissões online. O Super Heavy, equipado com 33 motores Raptor, gerou um empuxo colossal, iluminando o céu do Texas enquanto propeliu o foguete a altitudes impressionantes.
Aproximadamente 10 minutos após a decolagem, o booster Super Heavy executou uma separação precisa e realizou um pouso controlado no Golfo do México, demonstrando avanços na tecnologia de reutilização que a SpaceX tem aprimorado desde os voos de teste anteriores. Enquanto isso, a etapa superior (Ship) continuou sua trajetória, alcançando órbita para realizar uma série de experimentos cruciais.
Experimentos em órbita e reentrada
Durante sua permanência em órbita, a Ship conduziu testes de religamento de motores no vácuo espacial, uma capacidade essencial para manobras orbitais em futuras missões interplanetárias.
Além disso, foram realizados experimentos de transferência de propelente e testes de estabilidade térmica, que são fundamentais para viabilizar longas viagens espaciais, como as planejadas para a Lua e Marte no âmbito do programa Artemis da NASA e das ambições da SpaceX para colonização marciana.
Após mais de uma hora em órbita, a Ship iniciou sua reentrada na atmosfera terrestre, enfrentando temperaturas extremas protegida por seu escudo térmico de cerâmica. O veículo executou manobras aerodinâmicas precisas antes de realizar um pouso controlado no Oceano Índico, concluindo a missão com êxito. A SpaceX confirmou que todos os objetivos do voo foram alcançados, sem relatos de anomalias significativas.
Um passo à frente na reutilização
O sucesso do voo 11 consolida os aprendizados do voo de teste anterior, realizado em agosto de 2025, e reforça a viabilidade do projeto de reutilização total do Starship. A capacidade de recuperar e reutilizar tanto o booster quanto a etapa superior é um dos pilares da estratégia da SpaceX para reduzir drasticamente os custos de acesso ao espaço, tornando viáveis missões ambiciosas, como a construção de uma base lunar permanente e a exploração de Marte.
“Este foi um voo perfeito, um testemunho do trabalho árduo da nossa equipe e da robustez do design do Starship”, declarou Elon Musk, CEO da SpaceX, em uma postagem na plataforma X logo após o pouso. “Estamos mais próximos do que nunca de tornar a humanidade uma espécie multiplanetária.”
Impacto e próximos passos
O voo de teste não apenas demonstrou a confiabilidade do Starship, mas também garantiu que o tráfego aéreo na região não fosse significativamente afetado, com a SpaceX coordenando de perto com a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA). A agência já havia aprovado o lançamento, destacando a conformidade da SpaceX com rigorosos padrões de segurança.
O próximo passo para a SpaceX inclui testes adicionais para refinar o sistema de pouso do Super Heavy em terra firme, utilizando a torre de lançamento equipada com “braços mecânicos” para capturar o booster, uma inovação que promete revolucionar ainda mais o conceito de reutilização.
Além disso, a empresa planeja acelerar o desenvolvimento de missões tripuladas, com o Starship sendo um componente central do programa Artemis da NASA, que visa levar astronautas à Lua ainda nesta década.
Um futuro multiplanetário
O sucesso do voo de teste 11 do Starship reacende o entusiasmo global pela exploração espacial e reforça a posição da SpaceX como líder na indústria aeroespacial. Com cada teste, a empresa se aproxima de realizar o sonho de Elon Musk de estabelecer colônias humanas em outros planetas, um objetivo que, embora audacioso, parece cada vez mais tangível.