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Trump processa jornal por reportagem sobre Epstein e pede US$ 10 bilhões

Presidente dos EUA entrou com a ação contra proprietários e dois repórteres, acusando-os de difamação. Matéria do WSJ afirma que Trump enviou carta que incluía um desenho de uma mulher nua.

Trump processa o Wall Street Journal por carta atribuída a ele no caso Epstein

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrou com um processo contra o Wall Street Journal nesta sexta-feira (18). Ele exige pelo menos US$ 10 bilhões (cerca de R$ 55,8 bilhões) por danos à sua imagem. Segundo Trump, o jornal e dois repórteres cometeram difamação com dolo, o que comprometeu sua reputação e afetou negativamente seus negócios.

Reportagem associa Trump a carta enviada a Epstein

A reportagem, publicada na quinta-feira (17), afirma que Trump teria enviado uma carta ao bilionário Jeffrey Epstein em 2003. À época, os dois mantinham uma relação de amizade. O documento fazia parte de um álbum comemorativo organizado por Ghislaine Maxwell, em celebração aos 50 anos de Epstein.

Conforme o WSJ, a mensagem foi digitada dentro do contorno de uma mulher nua desenhada à mão. Logo abaixo da cintura, aparecia a assinatura “Donald”. A carta era encerrada com a frase:
“Feliz aniversário — e que cada dia seja mais um maravilhoso segredo.”

Além disso, o conteúdo incluía um diálogo fictício entre os dois. A conversa era escrita em terceira pessoa e tinha tom enigmático:

Narrador: Deve haver mais na vida do que ter tudo.
Donald: Sim, existe, mas não vou te dizer o que é.
Jeffrey: Nem eu, já que também sei o que é.
Donald: Temos certas coisas em comum, Jeffrey.
Jeffrey: É verdade, pensando bem.
Donald: Enigmas nunca envelhecem, você já notou?
Jeffrey: Na verdade, isso ficou claro para mim da última vez que te vi.
Donald: Um amigo é uma coisa maravilhosa. Feliz aniversário — e que cada dia seja mais um maravilhoso segredo.

Trump nega envolvimento com a carta

Apesar das alegações, Trump nega qualquer participação no conteúdo revelado pelo jornal. Durante uma entrevista, ele declarou: “Nunca pintei um quadro na minha vida. Não desenho mulheres. Não é a minha linguagem. Não são as minhas palavras.”

Segundo o jornal, investigadores do Departamento de Justiça tiveram acesso ao álbum há anos. Entretanto, não há indícios de que o material tenha sido revisitado durante o governo Trump.

Governo solicita liberação de documentos

Enquanto isso, o governo Trump solicitou à Procuradoria-Geral que ajuizasse um pedido formal de divulgação das transcrições do grande júri relacionadas ao caso Epstein. A moção foi protocolada nesta semana.

O advogado Todd Blanche reforçou a importância do pedido, afirmando que os documentos representam “peças centrais de um período marcante da história americana”. Ele também garantiu que as identidades das vítimas seriam mantidas sob sigilo.

Vale lembrar que as regras federais proíbem a divulgação de procedimentos de grandes júris, exceto quando houver autorização judicial específica.

Histórico do caso Epstein

Entre 2002 e 2005, Epstein foi acusado de aliciar menores para encontros sexuais. Em 2008, firmou um acordo judicial que resultou em uma pena branda. Contudo, as investigações foram reabertas em 2019. Na ocasião, ele foi detido novamente, agora sob a acusação de tráfico sexual.

Pouco tempo depois de sua prisão, Epstein foi encontrado morto em sua cela. As autoridades atribuíram o óbito a suicídio, embora teorias alternativas continuem circulando.

Contradições e desconfiança sobre lista de clientes

Durante a campanha presidencial de 2024, Trump prometeu revelar nomes ligados à rede de exploração sexual. Em fevereiro, alguns documentos foram liberados. Embora seu nome tenha aparecido nos registros de voos de Epstein, ele não é investigado formalmente.

Na ocasião, a então procuradora-geral Pam Bondi declarou que estava analisando uma suposta lista de clientes. No entanto, até o momento, nenhum documento semelhante foi tornado público.

Mais recentemente, o Departamento de Justiça confirmou que não há registros oficiais de qualquer lista de clientes. Apesar disso, parte da base conservadora de Trump expressou frustração. Para eles, a mudança de discurso compromete a confiança no ex-presidente.

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