A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que começou ontem em Belém, no Pará, já é considerada por delegados, ativistas e observadores como um dos maiores fiascos organizacionais da história do evento.
O que deveria ser o palco de avanços globais no combate à crise climática transformou-se em um símbolo de contradições, falhas logísticas e suspeitas de corrupção.
Primeiro dia: alagamentos, calor infernal e um incêndio no aeroporto
O dia de abertura, 10 de novembro, foi um pesadelo. Chuvas torrenciais inundaram áreas do centro de convenções, enquanto pavilhões sem ar-condicionado transformaram sessões em saunas. Filas quilométricas em restaurantes e engarrafamentos paralisaram a cidade. Um incêndio próximo ao Aeroporto Internacional de Belém atrasou voos e delegações inteiras.
“Foi um vexame total. Subestimaram o clima da Amazônia”, relatou um delegado europeu à imprensa.
Hotéis a US$ 700 por noite: países pobres boicotam
A crise de hospedagem é o maior escândalo até agora. Preços inflacionados em até 1.000% forçaram nações em desenvolvimento a reduzir delegações ou simplesmente não comparecer. O governo brasileiro ofereceu 53 mil leitos alternativos — incluindo navios-cruzeiro e contêineres adaptados —, mas a solução foi ridicularizada. André Corrêa do Lago, presidente da COP30, admitiu publicamente: “Houve extorsão hoteleira”. Países como Bolívia e Guiné pediram formalmente a transferência da sede.
Segurança falha: briga em protesto deixa feridos
Hoje, 11 de novembro, um protesto pacífico contra o desmatamento terminou em confronto. Um segurança foi ferido e levado às pressas ao hospital. Vídeos do incidente viralizaram no X, com hashtags como #COP30Fail e #BelémWashout entre os trending topics globais.
HIPOCRISIA EM NÍVEL INDUSTRIAL
100 mil árvores derrubadas para uma estrada de 13 km
Para “melhorar o acesso” ao evento, o governo brasileiro autorizou o desmatamento de cerca de 100 mil árvores na Amazônia. A ironia não passou despercebida: a COP que defende a proteção florestal começou com uma obra de infraestrutura que destruiu parte da própria floresta que pretende salvar. Ativistas batizaram o evento de “COP da Hipocrisia”.
Cardápio com bife: Paul McCartney e Luisa Mell protestam
O menu oficial inclui carne bovina — responsável por 80% do desmatamento global, segundo a FAO. Paul McCartney enviou carta aberta exigindo cardápio 100% vegano. A ativista brasileira Luisa Mell apareceu com o corpo pintado de verde e a frase “Carne = Desmatamento”. A organização justificou: “Queremos ser inclusivos”. A resposta foi vaiada.
Governo autoriza petróleo na Amazônia dias antes da COP
Enquanto discursa contra combustíveis fósseis, o governo Lula liberou operações da Petrobras na foz do Amazonas. Ambientalistas acusam o Brasil de “negacionismo verde seletivo”.
CORRUPÇÃO NO PALCO
O Supremo Tribunal Federal (STF) investiga uma licitação de R$ 142 milhões para obras de infraestrutura ligadas à COP30. O contrato, revogado em 2024, envolve o secretário de Obras do Pará e um deputado federal aliado. Prisões por lavagem de dinheiro ocorreram em outubro. Um editorial da revista Science (março/2025) já havia alertado: “O Brasil falha duramente na conservação ambiental. Sua liderança na COP é questionável”.
DIPLOMACIA EM COLAPSO
- EUA ausentes: Com Donald Trump de volta ao poder, a delegação americana é apenas simbólica. A saída formal do Acordo de Paris ocorre em 2026.
- Apenas 62 países entregaram metas (NDCs) até o prazo — um recorde negativo.
- Impasse na agenda: Seis itens cruciais, incluindo financiamento climático, seguem sem consenso.
- Sociedade civil boicota: ONGs como a Morada Comum abandonaram o evento, citando custos proibitivos e “bolha progressista sem impacto real”.
O VEREDITO DAS RUAS E DAS REDES
No X, a hashtag #COP30TotalFailure lidera os trending topics nos EUA e Europa. Usuários compartilham memes de delegados suando em pavilhões quentes, árvores derrubadas e bifes no cardápio oficial.
A ONU já admite: manter o aquecimento em 1,5°C é “virtualmente impossível”. Projeções do IPCC indicam que o mundo caminha para o pior cenário possível — e a COP30, até agora, não mudou esse rumo.
O QUE VEM POR AÍ?
A conferência segue até 21 de novembro. Fontes internas temem que, sem avanços concretos, a declaração final seja apenas um “papel molhado”.
Com informações de agências internacionais, X e fontes locais. Atualizado em tempo real.



