É bom voltar ao começo ou ao passado? Nem sempre! Afinal, tudo evolui e tudo anda pra frente, dentro do conceito elementar de melhorias contínuas sempre. Somente, porém, em situações saudosas e até inusitadas vale a pena voltar ao inicio. Fora disto é “correr atrás do rabo” e não se vai a lugar algum. Sem muita expectativa de poetizar este artigo que visa analisar outro contexto, convido o prezado leitor a acompanhar uma situação relaxante, nos versos da letra, traduzida, da espetacular música do conjunto COLDPLAY, nominada de “O Cientista”, situação em que o retorno pode ser salutar, senão vejamos:
…”Me conte teus segredos e me faça suas perguntas/Oh, vamos voltar ao começo correndo em círculos/Ninguém disse que seria difícil/Oh, me leve de volta ao começo”… (o amor vence, sempre).
Porém, não é o caso de uma nação, uma empresa, uma família, por menores que sejam, que não podem e nem devem andar em círculos em suas economias, conceitos sociais e familiares, sem a menor visão estratégica do futuro, situação caracterizada, no conceito popular, de correr atrás do rabo. Evidente que correr em círculos sempre se retorna ao mesmo lugar. E, queiram ou não, isto vem acontecendo em nosso país, com a polarização da nação nas duas correntes políticas distintas, antagônicas e sem rumo certo.
O pensador brasiliense Ronaldo Carneiro é enfático: O desenvolvimento de um país pode ser igualado a um barco com dois remos, o da direita e o da esquerda. O rumo que tomar este barco será a dimensão política. Como nenhum dos nossos remos possuem solução para nossos problemas, ficam dando voltas em torno de si mesmos. São sistemas de soma zero. Ambos retornam ao ponto de partida. Nada bom!
Sim, estamos cheios de exemplos. Após o entusiasmo de cada eleição, vem a frustação e a desesperança. Isto vem se repetindo não só em nosso país, mas em todo o mundo, EUA e Argentina inclusos. Cada corrente, esquerda ou direita, com suas estripulias ou jeito de pensar, acabam criando as condições para o retorno da outra ao poder. E assim vamos indo aos trancos e barrancos sempre correndo em círculos, sem maiores perspectivas de melhoras futuras. Isto é o que acontece com nosso país, com crescimento pífio de 1% ao ano há mais de 43 anos, sendo que o mundo cresceu, em média, mais de 2,6% ao ano neste mesmo período. Resultado: empobrecemos muito em relação ao resto do mundo.
É bom a nação brasileira acordar para o que se avizinha num futuro próximo: alto déficit da Previdência Social, já em torno de 400 bilhões por ano; alto desinteresse da geração ‘nem nem’ que não querem, de jeito nenhum, trabalhar de empregados, fato que aumenta a piora do caixa da nossa Previdência; alto endividamento do país caminhando para 80% do PIB:, alta tributação para manter o Estado inchado, o que atrapalha nossa competitividade mundo afora; industrialização pouco representativa, entre outros.
A proposta é: para remar iguais, levando o país e a nação pra frente, teremos que ter um planejamento do país a longo prazo, aprovado e sustentado pelos dois remos (DIREITA E ESQUERDA POLÍTICA) com o compromisso de levá-lo adiante, celeremente. Como não temos nenhum planejamento estratégico de longo prazo, em algum momento o barco chamado Brasil, vai naufragar. O débito será creditado, no futuro, ao remo mais faminto ou gastador. Todos o conhecem.
Fora disto, vamos ficar correndo atrás do rabo. É o que vem acontecendo. De há muito!…