Com a manchete ‘Queda de árvores bate recordes no verão’ a Planeta Água noticiou, no dia 19/03, a queda de uma frondosa árvore no pátio do Colégio São Francisco, bairro Jundiaí, em Anápolis.
Detalhava a reportagem:
“As fortes chuvas deste verão, que acaba amanhã, 20/03, provoca danos como inundações, alagamentos, quedas de barreiras e, em grandiosa escala, quedas de árvores. Durante temporal que caiu sobre a cidade de São Paulo no início de fevereiro, mais de mil árvores foram derrubadas pela força dos ventos e fatos como esse se repetem em boa parte das cidades bem arborizadas do país.
Goiânia também registra elevado número de árvores derrubadas pelos ventos durante os fortes temporais e, em muitos dos casos, foi constatado que a idade ou o estado de conservação das árvores contribuíram para a ocorrência das quedas.
Em Anápolis, apesar de não ser tão elevado, o número de árvores derrubadas pelo fortes ventos é considerável. Sibipiruna, espécie nativa da Mata Atlântica, Ligustro, espécie invasora originária da Ásia e Manguba, árvore que ocorre naturalmente em terrenos úmidos e inundáveis, desde o México ao Norte e Nordeste do Brasil, eram maioria nos planos de arborização de décadas passadas. Na época, não havia estudo aprofundado sobre as espécies mais recomendadas para arborização urbana e de todas as espécies escolhidas, talvez somente a Sibipiruna se enquadraria como apropriada para esse fim.
As consequências da falta de informação do passado surgem hoje como resultado dos projetos de rearborização daquela época. Árvores velhas e ocadas, frondosas e de tamanhos desproporcionais aos limitados espaços urbanos, provocam danos e até mesmo tragédias no período mais intenso das chuvas.
A queda de uma árvore da espécie Guapuruvu que ornamentava o pátio do Colégio São Francisco, no bairro Jundiaí em Anápolis (GO), por pouco teria atingido o leito da Avenida Pinheiro Chagas. O forte temporal que caiu sobre a cidade na semana passada, derrubou a frondosa espécie de mais de quase 20 metros de envergadura e sistema radicular pouco espesso ou profundo, para dentro do próprio pátio”.
VEJA VÍDEO DA RETIRADA DE ‘DONA CHICA’:
Dona Chica: o resgate
Semanas depois da queda de ‘Dona Chica’ – nome carinhoso dado por Aurélio Rosa, ex-engenheiro-sênior da Tesla e um dos fundadores da Revista Planeta Água – ao Guapuruvu derrubado por um temporal, ele foi informado sobre um pedido de remoção da árvore caída feito pela diretoria do Colégio São Francisco à prefeitura de Anápolis. ‘Dona Chica’ seria retirada por equipes da prefeitura e levada para o aterro sanitário.
Percebendo o desperdício que seria levar uma árvore daquele porte para o lixo e depois de refletir sobre a ideia de reciclar a madeira de ‘Dona Chica’, ideia esta dada por Osilio Adryan Porto da Fonseca, engenheiro de projetos e processos, Aurélio Rosa sugeriu ao jornalista Odilon Alves, diretor geral da Planeta Água, que o ajudasse a reciclar a madeira do Guapuruvu, confeccionando com ela objetos úteis para diversos fins.
A ideia foi levada adiante e, após consultas feitas à diretoria do Colégio São Francisco e às equipes da área ambiental da prefeitura de Anápolis, ficou determinado que ‘Dona Chica’ não mais iria para o lixo e seria doada a Aurélio Rosa. Este, de imediato, providenciou a retirada da árvore e seu encaminhamento para uma serraria onde encontra-se sob processamento para um total aproveitamento de sua madeira.
Com esse gesto, uma escola, o poder público e um jovem ambientalista, auxiliados estrategicamente por Mayco e Matias Cabeça (Torneadora Brasil) e Claudino Torres (Serraria Anápolis), contribuíram com o ciclo da vida ao valorizar os anos de existência da belíssima árvore ornamentando os jardins do Colégio São Francisco e impedir que ‘Dona Chica’ apodrecesse no lixo, proporcionando-lhe muitos e muitos anos de permanência entre os humanos graças à reciclagem de sua nobre madeira.
Um verdadeiro tributo a quem fez por merecer. “Obrigado, ‘Dona Chica'”, disse Aurélio Rosa à reportagem da Planeta Água.
Imagens (fotos e vídeos): Aurélio Rosa
VEJA VÍDEO DO INÍCIO DO PROCESSO DE RECICLAGEM DE ‘DONA CHICA’: