Os investidores estão preocupados com a capacidade da empresa com ações na bolsa mais valiosa do mundo de fazer negócios na segunda maior economia mundial.
A Apple registrou sua maior queda diária em mais de um mês na quarta-feira (6). A empresa perdeu cerca de US$ 200 bilhões (R$ 995,5 bilhões) em dois dias e as suas ações têm atualmente o pior desempenho no Dow Jones.
As proibições podem ser um sinal ameaçador para a Apple.
A China é o maior mercado estrangeiro para os produtos da empresa e as vendas representaram cerca de um quinto de sua receita total no ano passado.
A Apple não divulga as vendas do iPhone por país, mas analistas da empresa de pesquisa TechInsights estimam que houve mais vendas do aparelho na China do que nos Estados Unidos no último trimestre.
A maioria dos iPhones são produzidos em fábricas chinesas.
Com sede em Cupertino, na Califórnia, a Apple também desempenha um papel importante na economia de Pequim, segundo escreveu Brandon Nispel, analista da KeyBanc Capital.
Por causa disso, a empresa “tem sido historicamente vista como relativamente segura na China em relação às restrições governamentais”. Essas proibições relatadas apresentam uma questão importante: “O governo está mudando a sua posição?”, citou.
Entenda o caso
Na quarta-feira (6), o “Wall Street Journal” publicou que a China proibiu o uso de iPhones para funcionários de seu governo. Os gestores fizeram as notificações sobre a questão por meio de grupos de chat ou em reuniões.
Nesta quinta-feira, a Bloomberg informou que essas proibições foram estendidas a empresas apoiadas pelo Estado, incluindo a gigante energética PetroChina, que emprega milhões de trabalhadores e controla vastas áreas da economia chinesa.
Analistas do Bank of America disseram que a potencial proibição do iPhone ocorre na esteira de um novo smartphone topo de linha lançado pela fabricante chinesa Huawei que acrescentou nesta sexta-feira (8) um novo modelo top de linha à sua família de smartphones Mate 60.
O Mate 60 Pro+, com promessa de entrega na China continental até 9 de outubro, será equipado com mensagens via satélite e mais memória do que o Mate 60 Pro.
O momento, disseram os analistas, é “interessante”.
O governo dos EUA disse na terça-feira (5) que estava investigando o novo smartphone.
O conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, explicou durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca que os Estados Unidos precisam de “mais informações sobre precisamente seu caráter e composição” para determinar se as partes contornaram as restrições americanas às exportações de semicondutores para criar um novo chip.
As empresas de tecnologia tiveram quedas com a notícia. O Nasdaq Composite caiu cerca de 0,9% hoje e o setor de semicondutores caiu mais de 2%.