
Fechamento de destinos turísticos após ataque
Mais da metade dos destinos turísticos da região da Caxemira, na Índia, foi fechada ao público a partir desta terça-feira (29). A medida, determinada pelo governo, visa reforçar a segurança após um ataque ocorrido no dia 22 contra turistas. De acordo com autoridades e sobreviventes, os agressores separaram os homens, perguntaram seus nomes e atiraram à queima-roupa contra hindus na área de Pahalgam, matando 26 pessoas.
Acusações e tensões diplomáticas
A Índia identificou os três atacantes, incluindo dois cidadãos paquistaneses, como “terroristas” ligados a uma revolta violenta na Caxemira, de maioria muçulmana. O Paquistão negou envolvimento no ataque e pediu uma investigação imparcial. Já a Índia, de maioria hindu, acusa o país vizinho de apoiar financeiramente e militarmente os separatistas. A Caxemira, localizada no Himalaia, é reivindicada por ambos, mas está dividida entre Índia, Paquistão e China. O governo paquistanês afirma que oferece apenas apoio moral e diplomático aos caxemires em sua luta por autodeterminação.
Reação do governo indiano
Na manhã de terça-feira, o primeiro-ministro Narendra Modi se reuniu com os chefes militares em sua residência oficial. Também participaram o ministro da Defesa e o conselheiro de Segurança Nacional. Segundo uma fonte do governo, Modi deu carta branca aos comandantes para decidirem a resposta ao ataque em Pahalgam.
Retaliações entre Índia e Paquistão
Desde o ataque, Índia e Paquistão adotaram medidas de retaliação. A Índia suspendeu o Tratado das Águas do Indo, um acordo vital sobre o compartilhamento de recursos hídricos. Em resposta, o Paquistão fechou seu espaço aéreo para voos de companhias indianas. Além disso, o governo do território de Jammu e Caxemira fechou 48 dos 87 pontos turísticos da região e reforçou a segurança nos locais ainda abertos. Não foi informado por quanto tempo as restrições devem durar.
Turistas fogem e violência aumenta
Nos últimos anos, a Caxemira se tornou um destino turístico emergente, com suas montanhas, vales verdejantes e jardins históricos. A redução da violência havia aumentado o fluxo de visitantes. No entanto, o ataque causou pânico e levou muitos turistas a antecipar suas saídas, no início da temporada de verão.
Conflitos na fronteira e ataques cibernéticos
Conflitos armados também aumentaram na fronteira. Pelo quinto dia consecutivo, o Exército indiano relatou ter respondido a disparos vindos de postos militares paquistaneses. Os tiros ocorreram por volta da meia-noite, sem registro de vítimas. O Paquistão não comentou.
O ministro da Defesa paquistanês, Khawaja Muhammad Asif, afirmou que teme uma possível incursão militar indiana e que o país reforçou suas defesas. Paralelamente, autoridades indianas denunciaram tentativas de ciberataques a sites ligados às Forças Armadas. Os hackers, supostamente baseados no Paquistão, tentaram obter dados de quatro plataformas, incluindo uma responsável pela construção de moradias para militares da ativa e aposentados.