
Taiwan testa mísseis dos EUA pela primeira vez
Taiwan realizou nesta segunda-feira (12) o primeiro teste de um novo sistema de mísseis fornecido pelos Estados Unidos. A ação foi conduzida por militares taiwaneses treinados por tropas americanas, a partir do centro de testes de Jiupeng, em uma área isolada da costa do Pacífico.
O sistema testado tem alcance de aproximadamente 300 quilômetros. Com isso, ele poderia atingir alvos na província chinesa de Fujian, localizada do outro lado do Estreito de Taiwan, caso ocorra um confronto militar.
Além disso, Taiwan adquiriu 29 unidades do sistema Himars — plataforma de foguetes de artilharia de alta mobilidade dos EUA. Este mesmo equipamento tem sido amplamente utilizado pela Ucrânia na guerra contra a Rússia.
Teste ocorre após movimentação militar chinesa
O lançamento aconteceu apenas um dia depois de Taiwan ter detectado uma nova “patrulha conjunta de prontidão de combate” da China. A operação envolveu aviões de combate e navios de guerra, que se aproximaram da ilha.
Enquanto isso, o governo taiwanês voltou a rejeitar as reivindicações de soberania feitas por Pequim. A China considera Taiwan uma província rebelde, embora a ilha possua governo, moeda e forças armadas próprios.
China intensifica pressão militar
No início de abril, a China já havia realizado exercícios militares de grande escala. As operações aconteceram no mar e no espaço aéreo ao redor da ilha. Segundo o porta-voz do Exército chinês, Shi Yi, a ação teve o objetivo de enviar um “alerta severo contra a independência de Taiwan”. A manobra também simulou um possível bloqueio da ilha.
Diante disso, Taiwan respondeu mobilizando caças e embarcações de guerra. O país também ativou seu sistema de mísseis terrestres de defesa. De acordo com publicação do Gabinete Presidencial no X (antigo Twitter), “as provocações militares da China não apenas ameaçam a paz, como também colocam em risco a segurança de toda a região”.
Apoio dos Estados Unidos
Poucas horas após as declarações das autoridades chinesas e taiwanesas, os Estados Unidos se manifestaram. O governo americano afirmou estar monitorando de perto as atividades militares chinesas. Além disso, reforçou seu compromisso de apoio a Taiwan frente às pressões militares, econômicas e diplomáticas impostas por Pequim.
Vale destacar que, nos últimos anos, a China tem intensificado a presença de suas forças ao redor de Taiwan. Embora tenha pouco reconhecimento diplomático, a ilha segue funcionando como um Estado independente de fato.
Novo presidente taiwanês adota postura firme
As tensões entre Pequim e Taipei aumentaram ainda mais desde a posse do novo presidente de Taiwan, Lai Ching-te, em maio de 2024. Ele assumiu o cargo com uma retórica mais assertiva em defesa da soberania taiwanesa, inclusive em comparação com sua antecessora, Tsai Ing-wen, do mesmo partido.
No mês passado, Lai descreveu a China como “uma força estrangeira hostil”. Além disso, propôs uma série de medidas para combater espionagem e tentativas de infiltração vindas do território chinês.