BrasilMeio Ambiente

Brasil, ‘agropotência’ mas sob o peso do desmatamento

Brasil, potência pecuária e agrícola, mas sob o peso do desmatamento: a “Nigéria brasileira”?

A produção pecuária e agrícola do Brasil tem batido recordes nos últimos anos, consolidando o país como um dos maiores exportadores mundiais de carne bovina, soja e milho. Essa expansão, entretanto, traz consigo uma sombra cada vez mais densa: o avanço do desmatamento na Amazônia e em outros biomas.

Dados recentes do Imazon mostram que o desmatamento na Amazônia cresceu 68% em janeiro de 2025 em relação ao mesmo mês do ano anterior. O sistema Deter, do INPE, também apontou aumento de 8,4% entre agosto de 2024 e junho de 2025. Grande parte dessa devastação está ligada à expansão da pecuária e da agricultura. Segundo análises, até 90% da área desmatada na região é destinada a pastagens, usadas muitas vezes com baixa produtividade.

Ocupação e produção

Estudos revelam ainda que metade do desmatamento associado à pecuária se concentra em apenas 2% dos municípios produtores. Isso mostra que o problema é geograficamente localizado, mas com impactos globais: perda de biodiversidade, emissões de gases de efeito estufa e pressões sobre as metas climáticas internacionais.

Especialistas lembram que a pecuária brasileira ocupa cerca de 64% das terras agrícolas, mas gera apenas 17% do valor bruto da produção. Essa disparidade evidencia a baixa eficiência de um modelo que ainda depende da abertura de novas áreas, em vez de investir na intensificação de pastagens já existentes.

A gravidade da situação tem levado parte da imprensa internacional a adotar expressões duras para descrever o Brasil. Em alguns círculos europeus, circula a metáfora de que o país se transformaria numa espécie de “Nigéria brasileira” — uma nação marcada pela abundância de commodities, mas também por desigualdades e pela exploração predatória de seus recursos naturais, como ocorre na Nigéria com o petróleo.

Amazônia

Na Amazônia, os efeitos já são visíveis: rios assoreados, comunidades tradicionais ameaçadas, eventos climáticos extremos mais frequentes e um impacto econômico que, paradoxalmente, também atinge o agronegócio. Um levantamento da InfoAmazonia mostrou que a agropecuária é o setor que mais sofre perdas com secas e enchentes intensificadas pelo desequilíbrio climático na região.

Apesar dos avanços em tecnologias de rastreabilidade e das pressões de mercados internacionais, como a União Europeia, para barrar produtos associados ao desmatamento, a realidade em campo ainda mostra o contrário: milhões de árvores continuam a ser derrubadas todos os anos para abrir espaço ao gado e à soja.

O desafio é enorme e imediato: manter o protagonismo global da agropecuária brasileira sem transformar o país em um exportador de commodities à custa de sua maior riqueza — a floresta amazônica. (Fontes: CNN, Internet, G1, Imazom, ICMBio…)

  • Fonte da informação:
  • Leia na fonte original da informação
  • Artigos relacionados

    Deixe um comentário

    Verifique também
    Fechar
    Botão Voltar ao topo