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Alta abstenção de eleitores retrata a tragédia venezuelana

Maduro se declara vitorioso em eleições boicotadas pela oposição e que consolidam mais poder para o desacreditado regime chavista.

 Maduro encerra campanha com ato falho

Dois dias antes do voto, o ditador Nicolás Maduro resumiu, por meio de um ato falho, o estado do regime que comanda há 12 anos na Venezuela, ao encerrar a campanha para as eleições legislativas e estaduais.

Ele ainda tentou se corrigir. No entanto, a gafe repercutiu nas redes sociais com rapidez, tornando-se símbolo do descrédito generalizado.

 Abstenção recorde e vitória vazia

Neste domingo (25), as urnas confirmaram o sentimento da população: cerca de 60% dos eleitores se abstiveram de votar, atendendo ao boicote convocado pela oposição. Apesar disso, em mais um pleito marcado pela desconfiança, o regime se declarou vitorioso.

Segundo os dados oficiais, o chavismo conquistou 23 governos estaduais e pelo menos 40 das 50 cadeiras em disputa no Parlamento.

Chavismo retoma força em estados estratégicos

Entre os resultados anunciados, o chavismo recuperou os governos de Zulia, Barinas e Nueva Esparta, e afirmou ter obtido 82% dos votos válidos. Em contrapartida, a oposição elegeu apenas um governador: José Alberto Galíndez, em Cojedes.

 Oposição dividida e reprimida

O ex-governador Henrique Capriles, que contrariou o boicote liderado por María Corina Machado, foi eleito deputado. Contudo, ele atuará em uma bancada extremamente minoritária, praticamente simbólica.

Enquanto isso, o dilema entre participar ou não das eleições dividiu a oposição. Muitos optaram pela abstenção como forma de protesto, enquanto outros tentaram resistir dentro do sistema.

 Prisões e denúncias antecederam o voto

Em um roteiro já conhecido, o regime denunciou supostos planos de sabotagem e, como resposta, prendeu 70 opositores nos dias anteriores ao pleito. Essa repressão contribuiu para esvaziar as seções eleitorais, que ficaram praticamente desertas.

 Comparações com o pleito presidencial de 2024

O contraste com as eleições presidenciais de julho de 2024 é evidente. Naquele momento, Maduro se declarou vencedor sem apresentar as atas eleitorais, o que gerou forte reação interna e externa.

Desde então, María Corina está na clandestinidade, e Edmundo González vive no exílio, ambos alegando ter vencido com mais de 70% dos votos.

 Tentativa de apagar o fracasso anterior

Para Maduro, a vitória deste domingo representa a resiliência do chavismo. Ainda assim, o regime tentou usar o voto como um marco simbólico para apagar o fracasso eleitoral anterior, amplamente deslegitimado pela comunidade internacional.

 Voto como resistência silenciosa

Apesar do discurso oficial sobre paz e estabilidade, a narrativa chavista não convence a maioria da população. Neste pleito, muitos eleitores decidiram não comparecer às urnas como forma de resistência silenciosa, rejeitando o processo que consideram viciado e autoritário.

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