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Transporte público, um dilema nacional e local

"É preciso o envolvimento total do poder público para que a população anapolina volte a ter respeito e qualidade no seu deslocamento diário."

O presidente do SITTRA – Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Anápolis, Adair Rodrigues, o Arrojado, nos concedeu entrevista nesta semana abordando, principalmente, aspectos relacionados ao transporte urbano de passageiros.

Para ele, é preciso o envolvimento total do poder público para que a população anapolina volte a ter dignidade, respeito e qualidade no seu deslocamento diário. Confira.

Presidente, recentemente a Justiça suspendeu a liminar que autorizava a Urban a cobrar R$ 8,60 na tarifa do transporte coletivo em Anápolis. Como o senhor avalia essa situação?
A empresa é muito fechada, diferente da anterior. Espero em Deus que abra o coração de todos os envolvidos porque essa briga judicial não tem fim e não se sabe onde vai parar. O trabalhador e o usuário acabam sendo os mais prejudicados nesse impasse.

O senhor também tem feito críticas ao comportamento de alguns políticos. Poderia detalhar?
Sim. Na hora de pedir voto no terminal, eles aparecem, prometem ônibus novos, ar-condicionado, melhorias. Mas, depois, esquecem do trabalhador e não cumprem nada do que prometeram. Isso precisa mudar.

Quais setores o SITTRA representa como sindicato?
Representamos trabalhadores em várias áreas: transporte de passageiros, Fretamento, transporte de cargas secas e líquidas, empresas da categoria diferenciada do comércio e indústrias em geral na nossa base territorial. Recentemente conseguimos incluir o Jóquei Clube em convenção coletiva, garantindo para o trabalhador e seus dependentes lazer naquele complexo, desde que procure o sindicato. E um dos nossos maiores objetivos é sempre melhorar, negociando acordos coletivos em relação à convenção geral, que é muito genérica.

O sindicato ou o senhor tem alguma atuação política direta?
Não. Política não é meu nem nosso objetivo. Meu título já está vencido, não penso em candidatura. Nosso interesse está apenas nos bastidores, defendendo o trabalhador.

Como tem sido a relação do sindicato com os órgãos públicos?
Adair Rodrigues: Precisamos de todos nesse processo: Câmara, prefeitura, agência reguladora. Alguns vereadores nos procuram, mas nunca consegui uma resposta direta da Câmara que olhasse com carinho para o problema. Hoje o trabalhador paga caro e não tem um transporte de qualidade, não é valorizado.

Qual sua avaliação da atual administração municipal em relação ao transporte?
A atual gestão tem tratado o tema sem muito critério. A situação do município é complicada, prometeram nas campanhas e não cumpriram. Esse imbróglio entre empresa e prefeitura é difícil de entender: um joga para o outro. Nosso papel é defender os interesses do trabalhador, para beneficiar o usuário e a cidade como um todo. Nunca tivemos interesse em paralisar, nosso dever é atuar e buscar soluções.

A tarifa de Anápolis é considerada uma das mais caras do Brasil. O que o senhor tem a dizer sobre isso?
É verdade. Em Goiânia a tarifa é R$ 4,30 e o transporte é muito melhor. Aqui em Anápolis, o transporte não é bom e ainda é o mais caro, talvez do país. Temos um governador que é filho da nossa cidade, mas cadê nossos deputados para nos ajudar a praticar uma tarifa justa? Um joga para o outro e o trabalhador continua pagando a conta

Como o senhor vê a visita do ex-governador Marconi Perillo a Anápolis, mais precisamente à Associação Comercial e Industrial de Anápolis?
Vejo com bons olhos. Primeiro porque ele sempre foi ligado ao saudoso Henrique Santillo, um político que engrandeceu Anápolis. Marconi foi deputado estadual, senador, governador e espero que continue sendo o bom político que sempre foi.

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