
O título deste artigo é o nome do livro best seller nacional de autoria do escritor Jonathan Haidt (The Anxious Generation), lançado em 2024.
Trata-se de uma análise crítica sobre o aumento da ansiedade, depressão e demais transtornos mentais entre os jovens nascidos a partir do ano de 1990, em especial os da “Geração Z”. Para o escritor houve uma grande reviravolta na infância e adolescência por volta de 2010, com a entrada dos smartphones e as redes sociais que começaram a dominar a vida dos jovens e isto ocasionou uma mudança abrupta nas experiências sociais e emocionais dos jovens.
O assunto é recorrente. Sim, no livro do neurocientista francês, Michel Dermuget, denominado “A Fábrica de Cretinos Digitais” – lançado em 2021 – que se tornou Best Seller na França, mostra-nos com dados concretos e conclusivos que através da nossa tão decantada geração digital, os filhos das gerações Z e Alfa estão tendo um QI = Quociente de Inteligência inferior aos dos pais, pela primeira vez na história do homem. E atribui a culpa aos pais que ao colocar um celular na mão de uma criança de apenas dois anos e achar bonitinho o que ela faz com os dedinhos, estão, na verdade, afetando seriamente, e para o mal, o desenvolvimento neural destas crianças. Jovens da mesma forma.
Os destaques do livro de Haidt são que nossas crianças, mundo afora, passaram de uma infância baseada no mundo real que eram, por exemplo, brincadeiras ao ar livre, interação social física e pequenas responsabilidades para uma infância apenas digital, fato que levou a diminuição da resiliência emocional, empatia e habilidades sociais das crianças; que a adolescência, antes marcada por autonomia progressiva, experimentação e desafios físicos, se tornou mais passiva, centrada em consumo de mídia e relaçoes digitais e isto tornou os jovens mais sensíveis, inseguros e vulneráveis a pressões sociais e psicológicas.
Haidt, contudo, adverte que ainda há tempo para agir, porém, sugere urgência em quatro situações: Dar celulares mais tarde (depois de 14 ou 16 anos); deixar as crianças brincarem livres sem tanta supervisão; reduzir o estresse escolar, com menos provas e mais convivência real e fazer leis que protejam as crianças de redes sociais viciantes (é oportuno elogiar o Governo Federal que proibiu celular nas salas de aulas, recentemente). Em síntese: Crianças precisam viver no mundo real antes de viverem no mundo virtual. Será que os pais atuais conseguirão tal façanha? Com certeza não será tarefa fácil. Porém, é uma urgência caridosa dos pais para com seus filhos, afirmo.
Haidt ainda mostra quem sofre mais com este status quo: as meninas são mais afetadas por redes como instagram e Tik Tok, porque se preocupam mais com aparência e aprovação dos outros; os meninos tendem a ficar viciados em jogos e pornografia, o que atrapalha seu desenvolvimento emocional e social.
Tudo isto ocorre porque as crianças sairam das ruas e foram para as telas; em vez de fazer amigos ao vivo, estão conversando online; as redes sociais fazem todo mundo se comparar com os outros o tempo todo e isto faz as pessoas se sentirem menos bonitas, menos legais e menos felizes. Enfim, vale a pena ler o livro e procurar novos caminhos.
Dentro de todo este imbróglio, acredito e sugiro que é preciso encontrar melhores caminhos possíveis e disponíveis. Que tal seguir o legado do escritor brasileiro Coelho Neto (1864-1934) que também foi político e professor, aos pais de qualquer criança para que venham a cultivar:
“É na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais?”. Ou o do físico alemão Albert Einstein (1879-1955), que desenvolveu a teoria da relatividade geral e também se interessou pelo sucesso das gerações futuras e não deixou por menos ao cunhar:
“A imaginação é mais importante do que o conhecimento. Você só desenvolve a imaginação colocando um livro na mão de uma criança”.
Fica evidente que aos pais cabe, portanto, a responsabilidade de motivar os filhos para a leitura ao invés de os “presentear” com um celular de última geração, penso.
Vamos tentar salvar as futuras gerações…?!!!
