Artigo

Nossa guerra civil não declarada

By Moacir de Melo

Sim, estamos em guerra civil, sim senhor! Sempre!

Ora, como aceitar, pacíficos e omissos, que mais de 48.000 brasileiros são assassinados e mais 35.000 são mortos em acidentes de trânsito todo ano e com tendência crescente, sem que se visualize nenhuma ação corretiva por governos, seja da esfera federal, estadual ou municipal?

Fato relevante é que ninguém fala nada! Não há nenhuma comoção. A morte por assassinato ou no trânsito passou a ser uma situação trivial, comum, normal. A questão que se coloca é: afinal, este é o mundo que vivemos? Somos premiados com a barbárie? Possivelmente, não.

Para comparação, em novembro de 2015, os terroristas do Estado Islâmico mataram 130 pessoas em Paris e foi a maior comoção mundial. Recentemente, o grupo terrorista Hamas, em ataque surpresa, matou 1400 judeus e isto teve – e está tendo – enorme repercussão mundial e forte ação do povo judeu para eliminar o modus operandi de ataque surpresa. São fatos que serão eternamente lembrados e combatidos para não mais acontecer. Enquanto isto, aqui na terra de Cabral, perdemos a conta dos nossos mortos e com isto, não atribuímos nenhuma importância pois perdemos também nossa indignação.

A morte por assassinato ou pelo trânsito, tornou-se coisa do cotidiano, sem relevância, uma coisa banal.

Sim, quem há de lembrar-se das nossas 205 pessoas mortas diariamente, seja por assassinato ou no trânsito? Quem se lembra de alguma comoção nacional por este elevado número de mortos? Ninguém! Até porque não se noticia nos principais jornais do País porque são coisas irrelevantes. A vida aqui perdeu seu valor. A indignação foi extirpada. O medo nos recolheu à nossa própria insignificância. O crime organizado só cresce e tende a dominar toda nação brasileira. Rio de Janeiro, sob domínio do crime, é nosso modelo futuro: o predomínio da indiferença, do nosso medo e do estado omisso e fingindo alguma ação.

E assim vamos caminhando com nossos medos. Afinal, estamos todos com medo de reclamar nossos direitos com nossos governantes que não vestem a camisa da segurança e também não vestem a camisa da educação de qualidade. Até quando a impunidade reinará em nosso país? Até quando pessoas com 17 anos e 11 meses poderá ficar matando pessoas de bem e ficar impunes e ninguém fala nada? Será normal o que ocorre em nosso país nos dias de hoje com esta verdadeira carnificina? Respostas difíceis. Até porque, até agora, não temos nenhuma expectativa de mudanças! O que sabemos é que nossa guerra vai continuar. Salve-se quem puder! Amém!

Fica nossa pergunta: Até quando vamos continuar com essa nossa matança? Até quando nossos governantes ficarão omissos, lavando as mãos e jogando a culpa em outros poderes? Quem sobreviver, talvez por milagre, verá e contará para as gerações futuras. Como não tenho nenhum poder e nenhuma arma para me defender, registro, aqui, o meu medo com muita indignação

Ao leitor, indignado ou não, desejo o melhor: Boa sorte, leitor!…

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