Não restam dúvidas que os programas humanísticos do Governo Federal, principalmente o “Bolsa Família” que se eterniza no tempo quando deveria ser temporário e ter uma porta larga de saída, além de cumprimentos de exigências como foi desde sua concepção, como também o “Benefício de Prestação Continuada” para pessoas com deficiência, constituem grande entrave para a contratação de pessoas em idade produtiva que desistem de trabalhar para não perder direitos aos referidos programas sociais.
Com isto, deixam de concorrer para o progresso do país e para seu próprio progresso, porquanto não pensam em melhoras no futuro. Triste sina de um povo! Enquanto isto o país tem baixa produtividade e se torna carente de mão-de-obra em todos setores produtivos.
Também e da mesma forma, concorrem para dificultar a contratação de empregados beneficiários das benesses governamentais, a pesada oneração da folha de pagamento para empresas médias e grandes, a forte burocracia trabalhista brasileira, fatores que impedem ditas empresas de pagar melhores salários, porquanto cada real pago ao trabalhador custa, para a empresa, mais de dois reais.
Ou seja, uma concorrência desigual! Sendo certo que ditos fatores, infelizmente, constituem sérios entraves para a empregabilidade em nosso país e precisam ser destravados para que possamos seguir em frente rumo ao progresso e sair da inércia e da miséria futura. Afinal, sem trabalho não se produz riquezas. Tal é a lei.
Há, contudo, luz no fim do túnel e prováveis avanços em andamento. Recentemente um grupo empresarial brasileiro, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, contratou beneficiários do “Bolsa Família”, em acordo de cooperação com o Governo Federal. Não temos conhecimento de como foi ajustado este acordo.
Mais certo, também, é que, recentemente, o Presidente da Associação Brasileira de Supermercados, João Galassi, anunciou que iria apresentar ao Ministro do Trabalho, uma proposta para preencher quase 360.000 vagas de trabalho abertas nos supermercados brasileiros. Fora disto, também, como nós aqui no centro oeste brasileiro, não conseguimos completar o quadro de funcionários em nossas empresas. Uma triste realidade brasileira nos dias atuais.
Parece brincadeira, mas não é: a proposta será para o governo manter por cinco anos o pagamento do Bolsa Família para empregados beneficiários do programa humanitário do Governo Federal que vierem a ser contratados para trabalhar na rede e, da mesma forma, para os beneficiários do BPC. Ou de solução alternativa para que não sejam baixados no sistema os nomes dos beneficiários. Se, em algum momento, os mesmos vierem a perder o emprego, retornarão para o programa assistencial, sem burocracia. Acredito, firmemente que será uma boa saída para o imbróglio estabelecido e que tem concorrido para atrasar a nação brasileira com um todo.
Tudo isto nos leva a uma conclusão estarrecedora: a forte pobreza de espírito de uma parte considerável da população brasileira, mais de 20 milhões de pessoas, desinteressadas pelo futuro que se apresenta cada vez mais complicado e competitivo.
Evidente que esta falta de perspectivas de melhoras futuras advém do baixo nível educacional, fato que concorrerá para um crescimento, cada vez maior, de dependentes dos programas governamentais no futuro. E quem vai pagar a conta? Como dinheiro não cai do céu, em algum momento a casa cairá. Quem viver, verá.
É necessário e urgente uma ação governamental que vise desenvolver, promover e incentivar o trabalho, ao invés de somente promover o ócio que não leva a nada. Nem votos mais: só mais pobreza. O momento é oportuno e salutar. Senão, poderemos perder o bonde da história e isto já está acontecendo.