
Até o momento tudo caminha de maneira consistente e, logo logo, poderemos dançar novamente o internacional “Tango Argentino”. Sim, com a ascenção da chamada direita argentina ao poder maior daquele país, representada pelo Presidente Javier Milei, tudo indica que encerra-se o ciclo de populismo iniciado em 1946, com Peron e seguidores, que levou o rico e próspero país de então para uma situação de calamidade total: inflação galopante sem limites, favelização, violência exacerbada, câmbio fictício engessado, direitos trabalhistas incompatíveis, república sindicalista, analfabetismo crescente, povo dependente do governo, obras faraônicas e país sectarizado entre o bem (que são os apaniguados do governo) e o mal (que são os contrários ao regime). Tudo mantido com a política do pão e circo.
E o povo argentino, cansado, resolveu seguir o caminho da realidade e iniciar o processo de mudança dando adeus ao populismo da esquerda.
No seu discurso de posse, Milei pediu a união de todo o povo para reconstruir o país e a nação sofrida, prometeu menos ideologias políticas, menos protecionismo, mais mercado livre, estado menor, menos impostos e menos pobreza, tudo como deve ser num exemplo de estadista!
Milei venceu a eleição graças a um claro sinal que o povo argentino cansou da mesmice, da preguiça, da pobreza e da política populista que já não tinha o que distribuir, porque quebraram o rico país; afinal, dinheiro não cai do céu nem nasce em árvores.
Porém, é muito certo que a dificuldade da tarefa de Milei é imensa, qual seja a de desmontar um mito construído por mais de sete décadas.
Sim, o mito não é apenas econômico, mas um desafio cultural, social e político, até porque, na Argentina, várias gerações cresceram sob a égide do peronismo para as quais a proteção estatal é uma expectativa ou uma obrigação do estado, não uma benesse. Segue-se, portanto, que a resistência às reformas necessárias de Milei são por demais compreensíveis porque atinge a própria identidade daquele país.
Milei está indo em frente, com sucesso e acredito que, em breve, poderemos dançar o espetacular Tango Argentino. Será um modelo para todos.
Do lado de cá, na terra de Cabral, como em vários países sul americanos, da mesma forma inspirados na política peronista, já há mais de 40 anos estamos implantando políticas humanistas com viés socialista. Com isto, foram esquecidos os ideais americanos de que “jamais fortalecerás os fracos por enfraqueceres os fortes”, cujo resultado final é que todos ficam pobres. Sim, estamos empobrecendo em relação ao resto do mundo. Há 40 anos. até o Papa Francisco (argentino) clamou por humanismo moderno em discurso célere no Congresso Americano, em 09/2015:
“Queria encorajá-los a ter em mente todas aquelas pessoas, em torno de nós, que estão presas num ciclo de pobreza. A elas também é preciso dar esperança. A luta contra a pobreza e a fome deve ser combatida constantemente e em muitas frentes, especialmente em suas causas”.
Resumo da ópera: não é só distribuir cestas disto ou daquilo ou baixar os preços da gasolina, gás, etc… Não! Isto não resolverá o problema da pobreza!
É necessário resolver suas causas estruturais e isto impõe dar educação de qualidade, eliminar o analfabetismo, ensinar empreendedorismo, preparar para a competição internacional, premiar por mérito, criar uma cultura de que o trabalho é bom e faz bem, ao invés de incentivar o ócio através de bolsas sem saídas disto e daquilo. É preciso oferecer e criar oportunidades, entre outros e isto é uma missão para líderes verdadeiros!
Com Milei no poder, o rico e sofrido país vizinho poderá, enfim, ter um novo recomeço. Poderá iniciar um novo compromisso com a realidade apesar do apagão de mais de 70 anos imposto ao povo argentino. Com – ainda – poucos analfabetos, não será difícil. Exigirá resiliência do povo. Tudo ajuda e, com certeza, trará “O Tango Argentino” de volta à cena.
Oxalá esta nova etapa chegue até nós, brasileiros, indiferentemente de ideologias políticas que não interessam a ninguém e aí, sim, podermos todos, finalmente, voltar a visualizar um futuro decente para nossas gerações vindouras.
Quem sabe voltaremos a dançar o bom e velho TANGO ARGENTINO no país vizinho e o nosso velho e saudável SAMBA no lado brasileiro. Não está fácil acreditar, infelizmente! Mas…