
Trump assina ordem para reduzir preço de medicamentos nos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (12) uma ordem executiva que determina a redução dos preços dos remédios no país. Ele afirmou que a nova medida poderia reduzir em “até 90%” o valor de alguns medicamentos.
Além disso, segundo Trump, a iniciativa obrigaria as farmacêuticas a aumentarem os preços dos mesmos medicamentos em outros países. A proposta retoma uma tentativa anterior feita durante seu primeiro mandato, que acabou fracassando.
O que diz a nova ordem executiva
A nova ordem executiva estabelece que o governo federal passará a vincular os preços pagos às empresas farmacêuticas aos valores praticados em outros países economicamente avançados. Essa abordagem é chamada de “nação mais favorecida”.
Segundo Trump, países com sistemas de regulação de preços acabam pagando muito menos pelos mesmos medicamentos. A intenção é alinhar os custos pagos pelos Estados Unidos com os padrões internacionais.
Resistência da indústria farmacêutica
A proposta, no entanto, enfrentará forte resistência da indústria farmacêutica. Essa mesma regra foi tentada por Trump no final de seu primeiro mandato, mas não chegou a ser implementada.
Ele chegou a assinar um decreto semelhante nas últimas semanas de seu governo. No entanto, uma ordem judicial suspendeu a aplicação da medida já durante a presidência de Joe Biden.
A indústria alega que a proposta favorece governos estrangeiros na definição dos preços dos medicamentos nos Estados Unidos. Além disso, afirma que reduzir preços pode afetar os lucros e comprometer investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos.
Cobertura limitada aos medicamentos da Parte B do Medicare
O plano se aplicaria, inicialmente, apenas aos medicamentos da Parte B do Medicare — o seguro voltado para consultas médicas. Os beneficiários do programa geralmente precisam arcar com parte dos custos desses remédios durante o atendimento.
Importante destacar que, para os inscritos na modalidade tradicional do Medicare, não há um limite anual para os gastos com esses medicamentos. Isso agrava o impacto financeiro sobre os pacientes.
Custos altos já eram identificados no primeiro mandato
Durante o primeiro mandato de Trump, um relatório oficial apontou que os Estados Unidos gastam o dobro do valor registrado em outros países para cobrir esses mesmos medicamentos.
Em 2021, os gastos com medicamentos da Parte B do Medicare ultrapassaram US$ 33 bilhões. Ainda assim, a nova ordem executiva não deve cobrir medicamentos prescritos em farmácias — ou seja, os de uso mais comum.
Retórica política e críticas à indústria
A decisão de Trump veio após ele prometer um “anúncio muito grande” na semana anterior. Ele não deu detalhes na época, mas garantiu que a medida não estava relacionada ao comércio internacional nem a tarifas.
Desde o início de seu primeiro mandato, Trump tem criticado fortemente a atuação das farmacêuticas. Segundo ele, essas empresas “se safaram impunes” por muito tempo, e países com controle de preços estariam se aproveitando dos americanos.
No domingo anterior à assinatura do decreto, ele voltou a criticar o setor. Em uma rede social, acusou as farmacêuticas de fazer os americanos pagarem sozinhos os altos custos de pesquisa e desenvolvimento.
Além disso, Trump mencionou a influência política da indústria, dizendo que as contribuições de campanha “podem fazer maravilhas, mas não comigo, e não com o Partido Republicano”.
Conclusão
Por fim, Trump declarou que continuará lutando contra os altos preços dos remédios. “Vamos fazer a coisa certa”, escreveu ele, reforçando sua intenção de desafiar os interesses das grandes farmacêuticas em nome dos consumidores americanos.