O TikTok tem até meados de janeiro de 2025 para vender sua operação a uma empresa de confiança dos Estados Unidos. Esta foi a alternativa dada para que a rede social não seja banida no país, que aponta o serviço chinês como um risco à segurança nacional.
O capítulo mais recente dessa novela que se arrasta desde 2020 aconteceu na quarta-feira (23), quando o presidente Joe Biden sancionou o projeto de lei que trata sobre o possível banimento do TikTok no país e que já tinha sido aprovado no Congresso.
Autoridades americanas afirmam que o TikTok coleta dados confidenciais de seus 170 milhões de usuários americanos e que as informações são usadas pela China para atividades de espionagem. A rede social nega as acusações.
Quais dados o TikTok diz coletar?
De acordo com a política de privacidade do TikTok para os EUA, quem cria uma conta na rede social pode compartilhar as seguintes informações:
- informações de perfil, como nome, idade, nome de usuário, senha, idioma, e-mail, telefone e informações divulgadas no perfil;
- conteúdo gerado pelo usuário, como comentários, fotos, transmissões ao vivo, mensagens de áudio, vídeos, texto, hashtags, além de metadados, que detalham quando, onde e quem criou um conteúdo;
- mensagens, incluindo informações sobre quando elas foram enviadas, recebidas ou lidas;
- informações como texto, fotos e vídeos que sejam copiadas em outro aplicativo e coladas no TikTok;
- informações de compra, incluindo dados de cartões de pagamento, faturamento, entrega e histórico de compras;
- número de telefone do usuário e de seus contatos (além de nomes e e-mails), caso o titular dê permissão para a plataforma;
- informações para verificar uma conta, como documento de identidade ou outro registro que comprove a idade;
- preferências de comunicação e informações de contato quando o usuário entra em contato com o suporte.
Onde ficam os dados de usuários do TikTok?
Uma investigação da revista “Forbes” em 2023 mostrou que dados dos maiores criadores de conteúdo do TikTok são guardados na China.
No entanto, a empresa diz que não armazena informações de usuários no país. Segundo a plataforma, as informações ficam em servidores nos EUA, em Singapura e na Malásia.
Em 2022, após questionamentos do governo Trump, o TikTok passou a armazenar dados de usuários nos EUA junto à empresa americana Oracle. A empresa criou uma subsidiária chamada U.S. Data Security (USDS) para evitar sua venda para uma companhia dos EUA.
A rede social afirma ainda que o conteúdo é protegidas por “fortes controles de segurança físicos e lógicos, incluindo pontos de entrada fechados, firewalls e tecnologias de detecção de intrusões”.
O TikTok afirma que, desde junho de 2022, todos os dados de usuários americanos estão armazenados na plataforma de nuvem Oracle Cloud e “todo o acesso a esse ambiente é gerenciado exclusivamente pela USDS”.
O TikTok diz ainda que os dados só podem ser acessados por um grupo restrito de funcionários, que ficam sujeitos a controles de segurança quando precisam visualizar esse tipo de informação.
E quais dados o Instagram e o Facebook coletam?
Nos Estados Unidos, a Meta, dona do Instagram e do Facebook, diz que a forma como coleta e processa os dados depende de como a pessoa utiliza as plataformas dela.
“Coletamos informações diferentes se você vende móveis no Marketplace e se você publica um vídeo no Instagram”, diz a empresa em seu Centro de Privacidade.
Estas são algumas das informações que a big tech extrai dos usuários:
- informações do conteúdo que a pessoa cria, como postagens, comentários, áudio e conteúdo criado “por meio de nosso recurso de câmera ou das configurações do rolo da câmera”;
- atividade do usuário, como horário e a frequência em que passa no Instagram e no Facebook;
- interação, como mensagens que você recebe ou envia, e hashtags usadas nas publicações;
- metadados, que indicam, por exemplo, o local onde uma foto postada foi tirada e a data em que o conteúdo foi criado;
- conteúdos e anúncios publicitários que você visualiza e interage;
- o dispositivo e o sistema operacional que a pessoa usa para acessar o Instagram e Facebook;
- transações financeiras realizadas dentro das redes sociais da Meta e informações do cartão de crédito.