“A Índia agora está na Lua”, disse o primeiro-ministro Narendra Modi, comemorando o pouso bem-sucedido do módulo de aterrissagem indiano Vikram na superfície lunar.
O triunfo da missão indiana Chandrayaan-3 acontece poucos dias depois da colisão da primeira missão lunar da Rússia em 47 anos, que bateu contra a superfície ao tentar pousar na mesma região.
Os EUA, a antiga União Soviética e a China conseguiram aterrissar suas naves espaciais perto do equador lunar. Nenhum desses países, no entanto, liderou missões bem-sucedidas ao polo sul.
“Chegamos aonde nenhum outro país conseguiu”, disse Modi, que assistiu ao evento ao vivo da África do Sul, onde participa da cúpula dos Brics, junto a outros líderes, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
No domingo (20/8), o Luna-25, da Rússia, que deveria ser o primeiro veículo a fazer isso, caiu na Lua.
Era a primeira missão lunar da Rússia em quase 50 anos.
Informações preliminares mostraram que a sonda de 800 kg “deixou de existir como resultado de uma colisão com a superfície da Lua”, afirmou a Rússia, em comunicado.
O polo sul da Lua, segundo a Nasa (agência espacial americana), é intrigante e cheio de “mistério e ciência”.
Não é de se admirar que haja uma “corrida espacial” para alcançar esse ponto no sul da Lua, longe dos locais de pouso das missões tripuladas que visitaram o satélite há algumas décadas, agrupados ao redor do equador.
Por que o polo sul está emergindo como um destino científico atraente? Os cientistas dizem que um dos principais motivos é a água.
Os dados coletados pelo Lunar Reconnaissance Orbiter, uma espaçonave da Nasa que orbita a Lua há 14 anos, sugerem que o gelo de água está presente em algumas das grandes crateras permanentemente sombreadas que poderiam potencialmente sustentar vida.
A missão lunar Chandrayaan-1 da Índia foi a primeira a encontrar evidências de água na Lua, em 2008.
A perspectiva de encontrar água na Lua é empolgante de várias maneiras, segundo os cientistas.
A água congelada não contaminada pela radiação do Sol pode ter se acumulado em regiões polares frias ao longo de milhões de anos, levando ao acúmulo de gelo na superfície ou perto dela.
Isso fornece uma amostra única para os cientistas analisarem e entenderem a história da água em nosso sistema solar.