Artigo

Brasil, campeão da geração “Nem-Nem”

By Moacir Melo

Yes, somos os campeões mundiais na NEET’s (not in employment, education, or training), nomenclatura em inglês para “sem emprego, educação e treinamento” ou que comumente denominamos de geração nem-nem ou os que não estudam e nem trabalham. Sim, segundo o IBGE são 10,9 milhões de jovens de 15 a 29 anos que compõem nossa geração e, consequentemente não têm perspectivas de futuro. A causa principal é do conhecimento de todos:

Nosso ensino médio não profissionalizante e sem motivação, deixa um em cada cinco jovens pelo caminho. Uma grande perda para um país que também vai se tornando nem-nem, uma vez que não cresce, nem desenvolve. Vamos ficando para trás.

Para reverter este triste quadro que aumenta as desigualdades da nação no futuro, não existe opção que não a profissionalização no ensino médio. Relembrando: Nos países da OCDE, organização que o Brasil sonha fazer parte via MERCOSUL, em média 50 por cento dos alunos do ensino médio recebem alguma profissionalização; no Brasil até o ano de 2021, menos de 10 por cento, assim mesmo, graças ao Sistema “S” (Sesi–Senai-Sesc) e pouquíssimas escolas públicas federais.

Sim, por aqui, o aluno, se tiver condições, por indução, vai enfrentar o ENEM e, quem sabe, enfrentar mais 4 ou 5 anos para se diplomar e não se profissionalizar em alguma coisa, orientado pela cultura do lema “Universidade para Todos” que gerou resultados assustadores. Exemplo: temos 1896 faculdades de Direito no Brasil; em 2023 estamos completando mais de dois milhões de advogados. Para efeito comparativo, se adicionar China, Estados Unidos, Europa e África, temos 1100 cursos. Tardiamente nosso presidente reconheceu que temos advogados demais, recentemente. A culpa não foi do povo que foi induzido para o programa.

Foi para iniciar o desarme desta bomba inflacionária de profissionais sem opção de trabalho que, em 2017, o Governo Federal (Michel Temer), pela lei 13.415 procurou avançar e definiu uma nova organização curricular, tornando o inglês obrigatório, definindo que 40 por cento das matérias fossem eleitas pelos alunos com vistas, naturalmente, ao curso de seu interesse no futuro. As mudanças visaram possibilitar nosso país se alinhar aos padrões do resto do mundo. As mudanças também exigiam preparos que não foram realizados principalmente nas escolas públicas que não foram feitas. A pandemia virou uma pedra no meio do caminho e o tempo parou no ensino médio. Não chegou a ser implantado.

O assunto é já de conhecimento de todos. É urgente mudar o Ensino Médio Brasileiro, dando opções de profissionalização ao gosto e desejo dos alunos.

Neste contexto nosso atual Ministro da Educação, um craque no assunto, Camilo Santana, enviou proposta ao Congresso Nacional, com pedido de urgência, para debates e aprovação, PLP 5230/23, de um novo modelo que contemplaria carga horária de 2.400 horas para formação básica em pelo menos um curso técnico. Há um impasse com o relator, Senador Mendonça Filho, que propôs 2.100 horas. Com certeza, melhor do que o atual sistema em vigência que não profissionaliza ninguém, além de ser desestimulante.

Do impasse, veio o pedido de retirada da urgência até para não atrapalhar outras votações de interesse do Governo Federal no Congresso Nacional, agora em dezembro/2024. Porém, o Presidente da Câmara não aceitou a retirada e ganhou na votação. A questão, então, poderá ser decidida até o final de 2024 ou se arrastar por muito mais tempo por conta da “turma do quanto pior, melhor”. Neste caso, nossa geração que não estuda e também não ajuda o país a se desenvolver vai continuar crescendo e nosso país perdendo o bonde da história do crescimento e do desenvolvimento. Ficaremos ainda mais pobres no futuro.

Lógico que pessoas do bem não querem isto. Até porque, mantido nosso status quo, a desigualdade social aumentará cada vez mais, uma vez que os filhos de ricos estudando nas melhores escolas (são poucos 13% do total) serão os endinheirados do futuro. Porém, percebe-se facilmente que tem muita gente interessada em manter a atual situação. Muito fácil perceber. Só acompanhar as votações no Congresso Nacional. Por isto aconselho: É hora de acordar nação brasileira!

 

 

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