
Dom João Wilk destaca a Campanha da Fraternidade na Câmara de Anápolis e alerta para a urgência de preservar o meio ambiente frente às mudanças climáticas
O bispo da Diocese de Anápolis, Dom João Wilk, marcou presença na sessão ordinária da Câmara Municipal nesta segunda-feira (17.mar), a convite da presidente Andreia Rezende (Avante), para abordar a Campanha da Fraternidade 2025, que traz como tema “Fraternidade e Ecologia Integral”. Em seu discurso, o líder religioso enfatizou a necessidade urgente de uma mudança de mentalidade para preservar e cuidar do meio ambiente, destacando que a iminência de um agravamento fatal das mudanças climáticas exige ações concretas e coletivas.
Campanha da Fraternidade
Com o lema da CF 2025, “Deus viu que tudo era muito bom”, Dom João reforçou a visão teológica de que a criação é uma obra divina inseparável de seu Criador. “Mas o homem destrói obras de Deus”, lamentou, apontando os danos causados ao meio ambiente. Para o bispo, essa destruição rompe a conexão essencial entre a criação e Deus, e a conversão para a ecologia integral surge como um chamado à reflexão: “É lembrar quem somos nós e colocar as coisas no seu devido lugar”.
Wilk convidou os presentes a observar o entorno mais próximo, como a própria casa — se as plantas são vivas ou artificiais — e as condições das calçadas da cidade. “Anápolis poderia ser mais bonita, e eu me refiro a esse cuidado com o meio ambiente”, afirmou, tocado pela possibilidade de transformar a realidade local.
Cidadania ativa
Ele também chamou atenção para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 2025), que será realizada em Belém, no Pará, onde a preservação da Amazônia estará no centro dos debates. “A Amazônia, que ocupa metade do nosso território e nos fornece água, está sendo constantemente desmatada. Especialistas alertam que, em poucos anos, ela pode se tornar um deserto”, advertiu.
Diante desse cenário alarmante, o bispo destacou a importância da participação ativa não apenas dos cidadãos, mas também das instituições — como igrejas, governos e legislativos — nas ações de preservação e recuperação ambiental. “A gravidade das mudanças climáticas exige um esforço conjunto para evitar consequências irreversíveis. As instituições têm o dever de liderar iniciativas que promovam a sustentabilidade e a recuperação dos ecossistemas, servindo de exemplo e mobilizando a sociedade”, declarou. Ele vê na Campanha da Fraternidade um ponto de partida para essa mobilização, capaz de despertar a consciência coletiva.
Dom João Wilk encerrou sua fala reforçando que, seja no cuidado com a própria casa ou com o ecossistema global, a preservação é uma responsabilidade de todos. “Tenhamos a mentalidade de preservar e cuidar”, concluiu, deixando um apelo por ações práticas e uma visão renovada de compromisso com o planeta. A presença do bispo na Câmara reforça o papel inspirador da Igreja Católica e a relevância de parcerias entre lideranças religiosas e o poder público para enfrentar os desafios ambientais que ameaçam o futuro da humanidade.